Guilherme Tomé Ribeiro e Luís Montenegro fazem, como outros da sua geração, canções em português, simples e diretas, com melodias que nos agarram à primeira, como mandam os livros. O que os torna únicos é a modernidade do seu som, a amálgama de influências que absorvem para nos darem uma música cheia de personalidade e profundamente atual. No seu álbum de estreia, homónimo, produzido por New Max e editado no passado mês de julho, podemos encontrar as grandes melodias e harmonias vocais do melhor dos anos 60, pitadas certeiras dos New Order e dos Pet Shop Boys que tanto marcaram os 80, programações rítmicas carregadas de groove que nos remetem para as pistas de dança tão em voga nos 90 e uma reutilização da eletrónica de sabor analógico que tanto se aproxima do novo Boogie de Dâm-Funk como do pós-Dubstep de James Blake, tudo ao serviço de canções que contagiam, com uma consistência invulgar para gente que ainda agora entrou na idade dos vinte.