OXITOCINA
MARA ANDRADE
Sensações de prazer, várias. Que levam à morte! Um monstro em lordose também é capaz de se deixar abater pela apatia. A oxitocina de Mara Andrade é um pontuar de “pequenas mortes” quotidianas, “(…) mediadas por essa hormona que provoca quase uma isquemia cerebral transitória e orgásmica”. Uma performance densa, convulsionada, que parece remeter-nos para a efemeridade do prazer, da mulher como instrumento, de corpo como depósito de sémen, que a cada dia sofre melancolicamente. Há cinco minutos atrás ou agora, neste instante.
POR MINHA CULPA, MINHA TÃO GRANDE CULPA
MARCO DA SILVA FERREIRA E MARA ANDRADE
Que alegria pode ser mais bela do que a que vem do coração? Por minha culpa, minha tão grande culpa explora o sentimento de felicidade que sentimos quando a tristeza e o infortúnio atinge os outros. Será este um ato sádico que despertará em nós o que se esconde no subconsciente? Mara Andrade e Marco da Silva Ferreira, em palco, raramente se olham ou se tocam. Não me parece existir nada mais agressivo do que a indiferença. De que nos rimos, então?