QUINTA 4 A SÁBADO 13 FEVEREIRO 2021
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O que pode o corpo?
Partimos da pergunta
formulada por Deleuze em torno da obra de Espinosa, para tentar renovar a
respiração de um festival que transporta consigo um percurso de 10 anos.
A questão em si é mais relevante do que
nunca, se considerarmos o contexto particular em que vivemos. De resto, esse
trabalho de retornar ao corpo e repensar a nossa relação com ele tem sido
matéria que nos ocupou com maior intensidade nos últimos anos.
Para continuar então esse trajeto em
novo eixo, elegemos dois pontos sobre os quais assenta esta edição:
experimentação e potência. O primeiro pela necessidade de descobrirmos novas
formas de envolvimento (interior e exterior) na relação com o corpo e o segundo
pelo modo como ele é afetado.
O programa apresenta um conjunto de
propostas cuja configuração nos remete para uma ideia de viagem entre o
figurativo e o abstrato, tendo na dupla Sofia Dias & Vítor Roriz o seu
destaque máximo.
E se podemos sentir a potência, ou
seja, sermos afetados por obras de assinatura incontornáveis (Maguy Marin,
Peeping Tom) também o seremos por outros exercícios de experimentação que se
mostram de dentro para fora (Flora Détraz, Anne-Mareike Hess), aos quais se
juntam objetos que começam a formar um corpo de trabalho a ter em atenção
(Dançando com a Diferença, João dos Santos Martins e Joana von Mayer Trindade
& Hugo Calhim Cristóvão).
Esta será também uma edição onde o corpo
digital do festival se desenvolverá em maior complementaridade com a sua
dimensão física, para que a experiência deste nosso novo encontro se expanda.
E se partimos da inquietante questão
levantada por Deleuze, a ele entregamos, justamente diga-se, uma das muitas
possibilidades de resposta:
“A estrutura de um corpo é a composição
da sua relação. O que pode um corpo é a natureza e os limites do seu poder de
ser afetado.”
Que essa afetação seja, pois, o aumento
da potência dos sentidos.
Rui Torrinha
PROGRAMA
ATIVIDADES PARALELAS
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