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SEXTA 8 NOVEMBRO, 21H30
Com uma carreira de praticamente três décadas no circuito jazzístico de mais alto nível, Antonio Sánchez (n. 1971, México) é simultaneamente um baterista de grande nível técnico e um compositor com uma visão artística de largo espetro cuja música integra elementos oriundos não apenas de linguagens conceptualmente distantes do jazz (como por exemplo a eletrónica abstrata), mas também de expressões não-sonoras como o cinema e a poesia. A par de uma carreira notável como instrumentista e colaborador de nomes maiores do jazz, tais como Gary Burton e Michael Brecker e, em particular, Pat Metheny, com quem gravou e tocou ao vivo em várias bandas e projetos distintos, Sánchez desenvolve, desde há dez anos, um trabalho musical eclético e multifacetado de grande pulsação rítmica.
Sedeado em Nova Iorque desde 1999, o baterista mexicano editou em 2007 o seu primeiro trabalho enquanto líder – o álbum Migration, que conta com as colaborações de Pat Metheny, Chris Potter e Chick Corea – e desde então tem desenvolvido um percurso de significativa consistência e ambição que conheceu no ano de 2014 um grande momento de exposição e reconhecimento com a banda-sonora que compôs para o filme Birdman. Nos anos mais recentes, Sánchez trabalhou em inúmeros projetos distintos, tais como o projeto de trio Three Times Three, o seu recente álbum a solo de cariz mais experimental Bad Hombre, e a colaboração com o compositor e arranjador Vince Mendoza e a orquestra de jazz alemã WDR.
No Guimarães Jazz, Antonio Sánchez apresentar-se-á com o projeto Migration, um quinteto fundado e liderado em 2011 pelo baterista com a intenção de explorar uma estética com aproximações tanto ao rock como à música eletrónica e à spoken word. O primeiro álbum desta formação, o aclamado The Meridian Suite, é uma peça única com cinco movimentos na qual sobressai um padrão de circularidade de temas e motivos recorrentes com a intenção de criar uma narrativa, o que coloca este trabalho numa esfera musical tangente à arte conceptual. Lines in the Sand, o mais recente trabalho de Sánchez com a banda Migration e que estará previsivelmente no centro da sua atuação no Guimarães Jazz, constitui, nas palavras do próprio Sánchez, uma homenagem à história da emigração nos Estados Unidos da América e uma celebração da diversidade étnica que tornou a construção do notável património musical deste país, revelando um compositor atento ao mundo e consciente da importância da preservação da memória histórica perante a deriva protecionista e nacionalista que marca decisivamente o ambiente ideológico e cultural da contemporaneidade.