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SÁBADO 12 NOVEMBRO, 17H00
Benjamin Koppel, Anders Koppel and Martin Andersen Trio
Em edições recentes do Guimarães Jazz, o Pequeno Auditório do CCVF tem-se revelado o palco ideal para a apresentação de alguns dos projetos mais desafiantes e idiossincráticos do jazz europeu. Historicamente, a Europa iniciou o contacto com o jazz no período após a Segunda Guerra Mundial, período em que se tornou, um facto que é amplamente reconhecido por ícones desta música como Miles Davis, Charlie Parker ou Nina Simone, o continente adotivo de um estilo musical cujo valor artístico não era nessa altura ainda integralmente reconhecido no seu lugar de origem. Os europeus, herdeiros da cultura clássica, compreenderam desde cedo que o jazz constituía uma manifestação crucial de modernidade e que, apesar de em certos sentidos ele romper com a tradição, noutros a usava por forma descobrir novos padrões formais de expressão. Ao longo das décadas seguintes, o jazz foi não apenas celebrado, analisado e percebido na Europa como uma das dimensões da “alta” cultura contemporânea, mas também praticado por inúmeros músicos que adotaram esta linguagem musical por forma a assim encontrarem a sua identidade artística. Tendo em conta estes antecedentes históricos, não é de estranhar que uma das características marcantes do jazz europeu seja a interpenetração de princípios formais da música clássica, da tradição jazzística e de muitas outras expressões musicais não-ocidentais num idioma comum, e este é também um dos traços distintivos do Benjamin Koppel, Anders Koppel and Martin Andersen Trio.
Anders Koppel e Benjamin Koppel, respetivamente pai e filho, constituem um exemplo, tal como tantas vezes acontece no jazz, de uma família de grande tradição musical, iniciada por Herman D. Koppel, famoso compositor clássico dinamarquês. Anders Koppel é um músico peculiar com uma carreira multifacetada de cinco décadas, sendo o autor de uma obra vasta e de grande amplitude estilística. Ao longo das últimos cinquenta anos, e para além da sua atividade em grupos como a banda rock Savage Rose e o trio de jazz/folk Bazaar, este pianista e compositor é o autor inúmeras peças e concertos na área da música erudita, tendo também composto para ballet, cinema (com um registo impressivo de mais de cinquenta bandas-sonoras) e teatro.
Benjamin Koppel é, por seu turno, um saxofonista e compositor multipremiado como um percurso consistente no jazz enquanto líder e sideman, materializado mais inúmeras gravações e colaborações com grandes nomes da música contemporânea como Joe Lovano, Randy Brecker, Kenny Werner ou David Douglas. Um agent provocateur interessado em gerar encontros musicais inesperados e contextos criativos capazes de potenciar interseção de universos estéticos, Benjamin Koppel é o fundador da editora Cowbell, usada pelo saxofonista como espaço de incubação dos projetos colaborativos com nomes importantes do jazz contemporâneo, tais como Brian Blade ou Jack DeJohnette, entre outros.
Este trio que se apresentará em Guimarães une, portanto, duas gerações da música dinamarquesa, complementadas pela presença do baterista Martin Andersen. Um projeto inédito, esta formação caracteriza-se sobretudo pela tentativa de conciliação da tradição clássica com a expressão desinformalizada do jazz, manifestada numa música versátil e dialogante com a contemporaneidade.
Maiores de 6
Benjamin Koppel saxofone
Anders Koppel orgão hammond
Martin Andersen bateria