10 anos a impulsionar a criação e o intercâmbio de conhecimento no setor da música

O Westway LAB tem produzido de forma consequente, inovadora e sobretudo coletiva, um corpo de trabalho largo e de oportunidades múltiplas, cruzando geografias, estéticas, interesses e oportunidades a partir de um triângulo de operações formado na sua primeira edição: Residências Artísticas, Conferências e Festival.

Conseguir desenvolver-se e afirmar-se enquanto plataforma nacional e europeia de criação, de encontro para profissionais e de mostra de talento, não é coisa pouca. E se em cima disso lhe acrescentarmos a gestação de ideias que viriam a ser concretizadas em vários projetos financiados pela Europa Criativa, tudo se torna de facto ainda mais relevante, num tempo onde a erosão devora a originalidade.

A relação com o tempo e com o espaço foi ganhando outro significado, na primavera em Guimarães, ao introduzir-se uma maior atenção sobre a qualidade dos encontros e as condições para que esses mesmos encontros tivessem continuidade. A interligação das diferentes áreas do setor da música e dos seus diversos protagonistas foi muito cuidada ao longo da última década e uma cumplicidade forte foi emergindo, a partir desse embrião inicial e inovador lançado em 2014.

Um evento desta natureza ter resistido ao tempo já é algo assinalável. Mas se olharmos um pouco mais fundo não foi só isso que aconteceu. O Westway LAB fez acreditar muita gente da comunidade artística musical, que é perfeitamente possível ser original e trilhar outros caminhos de satisfação e sustentabilidade.

Nesta edição, celebramos os 10 anos de existência do evento e brindamos aos feitos dos múltiplos projetos de criação nascidos no arco do seu percurso, tal como às bem sucedidas parcerias – algumas longas outras mais recentes – que demonstram o quão coletivo sempre tem sido o espírito do Westway LAB desde a sua primeira hora.

Agora que a cocriação é uma das linhas de comando na Europa, o Westway LAB começa a ser um pouco mais compreendido e elogiado, mas não ficaremos por aqui no que diz respeito a rasgar horizontes e já dentro desta edição encontrarão ideias fortes sobre o (nosso) futuro.

Obrigado pela fascinante viagem. E talvez seja importante lembrar que o melhor está (sempre) para chegar.

Rui Torrinha