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SÁBADO 15 NOVEMBRO, 21H30
Danilo Pérez com Bohuslän Big Band
A 34ª edição do Guimarães Jazz termina com o regresso, há muito aguardado, de Danilo Pérez a este palco, onde atuou em 2003 com o seu trio e, em 2006, integrado no Footprints Quartet de Wayne Shorter, naquele que é considerado por muitos um dos concertos mais marcantes da história do festival. Em 2025, Pérez, um dos grandes pianistas em atividade na música contemporânea, apresentar-se-á acompanhado de uma big band histórica da Suécia para uma retrospetiva de uma obra multifacetada, caracterizada pela fusão do jazz com a música de raiz folclórica latina e africana, que com o passar do tempo tem vindo a assumir uma dimensão histórica.
Nascido no Panamá em 1966, Danilo Pérez cresceu numa família com ligações à música – o seu pai era um cantor conhecido na cena local – e iniciou a aprendizagem do piano com três anos de idade. Após um período formativo que incluiu estudos clássicos de música no Conservatório Nacional do Panamá, Pérez emigrou para os Estados Unidos da América com o objetivo de aprofundar os seus conhecimentos no jazz, tendo frequentado o Berklee College of Music, em Boston, universidade onde se graduou em composição e teve a oportunidade de tocar com músicos como Terence Blanchard e Claudio Roditi. A partir do momento em que completou o seu período formativo, Pérez introduziu-se imediatamente no circuito jazzístico e começou imediatamente a colaborar, ao vivo e em estúdio, com alguns dos nomes maiores desta música (Jack DeJohnette, Steve Lacy, Michael Brecker, entre muitos outros). Em 1989 torna-se membro United Nations Orchestra de Dizzy Gillespie, uma experiência que o pianista considera ter sido decisiva em termos criativos e do seu entendimento do jazz uma vez que foi o mítico trompetista quem o incentivou a explorar as raízes pessoais e culturais da sua música. A partir dos anos 1990, Pérez inflete o seu percurso e foca-se no seu trabalho composicional e como líder de formação, tendo editado o seu primeiro registo discográfico em nome próprio em 1993. No ano seguinte, apresenta ao público aquele que é considerado um dos seus trabalhos mais pessoais (“The Journey”), no qual pela primeira vez o compositor explora as influências musicais Pan-Africanas, um álbum que lhe valeu o primeiro momento de reconhecimento crítico na comunidade jazzística. Desde então, Pérez tem mantido um ritmo regular de edição em projetos com diferentes formatos e sempre acompanhado por grandes instrumentistas e vocalistas do jazz contemporâneo (Brian Blade, John Patitucci, Regina Carter, Cassandra Wilson, Bem Street, entre muitos outros), ao mesmo tempo que continua a colaborar em projetos de outros músicos, como David Sanchez, Gary Burton ou Wynton Marsalis. Para além da sua atividade estritamente musical, é relevante mencionar também que Danilo Pérez é um dos cofundadores do Panama Jazz Festival, uma iniciativa exemplificativa da visão social e educativa da música promovida pelo pianista panamiano.
A Bohuslän Big Band é uma orquestra de jazz sueca composta por dezasseis membros permanentes e com um trabalho meritório de divulgação do repertório jazzístico e de colaboração com grandes nomes do jazz contemporâneo. Fundada oficialmente na década de 1950, apesar de já existir informalmente desde o início do século XIX, foi uma das duas primeiras bandas completamente profissionais e emergir na Suécia, e o seu trabalho cobre todo o espectro do jazz, do swing às tendências de vanguarda, com incursões pontuais noutros estilos musicais. Ao longo do seu trajeto, a Bohuslän Big Band trabalhou com compositores como Quincy Jones, Carla Bley, Maria Schneider ou Vince Mendoza, entre muitos outros de renome internacional, além de inúmeros músicos da cena jazzística escandinava como Nils Landgren, Lew Soloff ou Lyna Nyberg.