Nesta edição, foram selecionados os projetos de Alice Barbosa, Catarina Vilaça, João Ventura, Mauro Hermínio, Miguel De e Pedro Lopes. Seis propostas que denotam uma vontade em atravessar linguagens e criar novas formas de diálogo artístico. Os artistas estarão em residência 13 dias, em Guimarães, período no qual irão desenvolver os seus processos num ambiente de total liberdade e com todos os recursos técnicos e humanos disponíveis. Os resultados deste trabalho serão partilhados com o público nos diferentes compartimentos do Espaço Oficina. Estas sessões informais procuram aproximar a comunidade da criação, valorizando o que está ainda por fazer tanto quanto aquilo que já ganhou forma.

O projeto afirma-se também como um movimento profundamente humanista e democrático, comprometido com a superação das barreiras políticas, administrativas e financeiras que frequentemente condicionam o trabalho artístico. Ao apostar numa prática descentralizada, ALL TOMORROW’S PARTIES contribui para formar novos núcleos de criação e pensamento fora dos eixos tradicionais de Lisboa e Porto. Em Guimarães, procura gerar-se uma sinergia coletiva capaz de ecoar no presente e de transformar o futuro cultural da região, criando laços entre artistas de diferentes origens, disciplinas e percursos.

A diversidade das propostas não é apenas um valor artístico, é também um gesto político, uma afirmação da multiplicidade como força transformadora. Num tempo e espaço que tantas vezes nos escapam, o projeto reivindica a importância de os reafirmar — de recuperar o direito ao tempo, à permanência, à reflexão e à criação partilhada. De salientar a importância vital destes espaços para artistas residentes na região de Guimarães, um panorama que gostaríamos que fosse

extensível a mais regiões do país.

Assim, ALL TOMORROW’S PARTIES convida-nos a construir juntos, a experimentar, a partilhar caminhos e a preparar o futuro, porque é na soma das práticas, das vozes e das imaginações que se desenham as verdadeiras festas do amanhã.